sábado, 12 de novembro de 2011

Cinzas

         O que eu faço com esse inferno,
         Que eu fabrico em mim?
         Que me queima por dentro,assim...
       

         Me converto em cinzas,
         Ficam cinzas minhas tintas...
         Sem cor,sem texturas,sem sabor
         Sem prazer,sem amor,ou mesmo,sem dor...
       
        Estou vazio,sem sentido algum
        E neste mesmo vazio,eu vago,inconstante...
        Minha dor essa é incessante!
       
        Dor de não sentir dor
        Quero ao menos poder fingir,que sinto
        Sentir,sentir...
   
       Quero ter liberdade pra fugir
       Desvendar coisas guardadas dentro de mim
       Me redescobrir...

       Se minha força agora é confusão,
       Meu grito de dor quer a amplidão,
       Se eu clamo agora por cor,
       É porque me cansei da escuridão!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Inconstante

         Eu à beira de um ataque de nervos
         Ou de uma crise existencial?
         À deriva com meus sentimentos
         No mais nada mais banal
       
         Vontade inexplicável de sumir
          De se deixar levar
          De me permitir
          Ou apenas sonhar...
     
          Ir contra o curso natural das coisas
          Me sucumbir a velhos sentimentos
          E dar tempo ao tempo...

         O meu eu inconstante,
         Se cansou das velhas novidades,
         Clama sempre por mais do mesmo!
         É mais um daqueles meus rompantes...
   
         Se escrevo ou se grito,
         É para explicar a mim,que existo!
         E comigo existe a necessidade,
         De me explicar assim...E explico!

         Gosto das coisas com rótulos,
         Porque assim consigo tentar...
         Decifra-las em suas essências.
         Ou em seus invólucros...

       
         Eu,em gênero,número,grau e definições...
         Me implodindo e explodindo em emoções,
         Às vezes as mesmas,às vezes novas,
         Me descobrindo inconstante!
         Eu à beira de um ataque de nervos...
         

       
       
 

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O susto

    O amor da minha vida
    Encontrei num susto
    Ela se assustou comigo
    E eu me assustei com a veracidade
    Daquele sentimento surgido ali naquele instante
    Rápido assim: Cheio de velocidade!
    Tão denso e ao mesmo tempo tão tenso

    Num susto
    Quase que como num surto
    Seus olhos me sugaram
    Nossas bocas se silenciaram
    Naquele momento terno
    Naquele segundo quase que eterno...
   
    Se misturaram em mim
    Carinho e confusão
    Só consegui agarrar-se ao momento
    Me prendi a ela com sofreguidão
   
    E eu que estava presa em minha solidão
    Despertei a tempo de não perder aquele instante
    Me explodi em rompantes
    Tão doce me parecia aquela inusitada situação
   
    Me assustei ao sentir meu coração pulsante novamente
    Senti a vida de forma inconsequente
    Vou novamente me prendendo a algo que ja sei o fim eminente
    Tudo acaba como começa: Num susto...